terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A Revolução da Consciência


Pode a mente humana ultrapassar os limites do cérebro, indo além do tempo e do espaço, revelando a existência de capacidades espirituais, paranormais e transpessoais? Pode a consciência sobreviver à morte? É a mente humana parte de uma consciência universal, ou é somente fruto da atividade cerebral? O que a ciência e os cientistas do século xxI têm a nos dizer acerca destas questões e inúmeras outras, sobre a natureza da mente humana e suas capacidades? Nesta obra reúnem-se pela primeira vez os maiores pesquisadores e pensadores mundiais da consciência, para responder com suas idéias e estudos científicos a estas prementes questões. Suas respostas são tão surpreendentes e insólitas, que podem ter alterado dramaticamente o curso da cultura e da civilização ocidental.

Pela segunda vez na história humana estamos testemunhando um renascimento, fruto de uma poderosa efervescência cultural que nos forneceu condições científicas para finalmente entender a natureza e a vastidão da consciência. Desde o século XVII, a questão da consciência foi sendo progressivamente relegada a um plano secundário. Graças às modernas pesquisas realizadas no campo das Neurociências, Física Quântica, Psicologia Transpessoal e Cognitiva, Parapsicologia, Inteligência Artificial e Filosofia da Mente, a consciência tornou-se na atualidade o principal tema de estudo e discussão da ciência. Nesta obra os autores aprofundam-se na pesquisa da consciência normal e dos estados alterados de consciência, em que a mente transcende o espaço e o tempo, revelando de maneira surpreendente a existência de capacidades paranormais, espirituais e transpessoais ocultas em todos nós. Esta revolução da consciência está nos conduzindo a uma nova visão de nós mesmos e a um novo significado da vida, de nosso lugar e propósito no universo.

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Pequeno trecho extraído da apresentação do livro (Ciência e consciência na Era da Informação), por Francisco Di Biase, neurocirurgião brasileiro (pgs. 7-9):

"Desde Descartes no século XVII, a questão da natureza da consciência foi sendo progressivamente relegada a um plano secundário, sendo praticamente esquecida pelos meios acadêmicos nos últimos séculos. Graças às modernas pesquisas nos campos das Neurociências, Física Quântica, Dinâmica Cerebral Holográfica e Teoria da Informação Quântica, Psicologia Transpessoal e Cognitiva, Inteligência Artificial e Ciências da Computação, Parapsicologia, Cosmologia e Filosofia da Mente, a consciência tornou-se na atualidade um dos principais temas de estudo e discussão da ciência.

A consciência não é um problema científico qualquer, pois é a nossa própria consciência que queremos entender. A compreensão de sua natureza pode nos conduzir a uma nova visão de nós mesmos e de nosso lugar no universo. Pela primeira vez na história humana, temos as condições científicas necessárias para entendermos a consciência e sua relação com o universo.

Richard Amoroso, organizador do livro nos Estados Unidos, levanta o problema da consciência com as seguintes indagações: "Como pode a consciência surgir no universo?" "É a consciência um fenômeno emergente dos processos cerebrais, ou é o cérebro um fenômeno emergente da consciência?"

Os autores, todos experts em estudos da consciência, sintetizam os desenvolvimentos e as múltiplas perspectivas resultantes do moderno estudo da consciência, revelando dimensões que a cultura ocidental somente agora está começando a compreender. Stanislav Grof, um dos criadores da Psicologia Transpessoal, afirma neste livro: "As experiências transpessoais têm muitas características estranhas que rompem todas as premissas metafísicas mais básicas do paradigma cartesiano-newtoniano e da visão materialista do mundo". É este aspecto revolucionário, e ao mesmo tempo fundamentador, do emergente paradigma holístico, que a meu ver, torna este livro único.

Encontramo-nos neste início de milênio, em um ponto de mutação da cultura ocidental, em que os pilares da ciência acadêmica do século XX, tais como a física newtoniana e a neurociência mecanicista do funcionamente cerebral e da consciência, estão sendo minados por uma moderna ciência holística de natureza sistêmica, quântica e não-reducionista, que vem solucionando o antigo dualismo cartesiano que separou mente e matéria, e homem e universo. É neste contexto que situamos este livro, como a mais atual e abrangente obra acerca dos modernos estudos da consciência já publicada no Brasil. Sua leitura proporciona ao leitor um salto quântico, revelando de modo elegante e paradigmático o padrão holístico que une matéria, vida e consciência à consciência universal e à dimensão espiritual.

Entre os autores deste volume estão alguns dos maiores expoentes mundiais da área de estudos da consciência, como Stanislav Grof, psiquiatra, um dos pais da Psicologia Transpessoal, Karl Pribram, neurocientista criador da Teoria Holonômica do funcionamento cerebral, Ruppert Sheldrake, biólogo e parapsicólogo, criador da Teoria dos Campos Mórficos, Amit Goswami, físico quântico, criador de uma teoria quântica da consciência, e Richard Amoroso, psicólogo e cosmologista do Noetic Advanced Studies Institute, da Califórnia, criador da Teoria do Campo Noético da consciência.

Os artigos que compõem o livro (11 dos 39 do original em inglês) são as conferências apresentadas durante o congresso internacional Science and the Primacy of Consciousness, realizado no período de 22 a 24 de abril de 1998, na Universidade de Lisboa, em Portugal."

Sumário:

APRESENTAÇÃO
Ciência e consciência na Era da Informação (Francisco Di Biase)

PARTE I: NEUROBIOLOGIA
1. O primado da experiência consciente (Karl H. Pribram)

PARTE II: FILOSOFIA DA MENTE
2. Consciência, uma definição radical: o dualismo da substância soluciona o Hard Problem (Richard L. Amoroso)
3. Princípios fundamentais gerais na Filosofia da Ciência (Mihai Drãganescu e Menas Kafatos)

PARTE III: FÍSICA QUÂNTICA E COSMOLOGIA
4. Simetria: A Teoria do Tudo (Andrew Lohrey)
5. Ciência e consciência: um novo paralelismo,quântico-psicofísico (Amit Goswami)

PARTE IV: PSICOLOGIA TRANSPESSOAL, COGNITIVA E PARAPSICOLOGIA
6. O futuro da psiquiatria e da psicologia: desafios conceituais da pesquisa clínica da consciência (Stanislav Grof)
7. A mente ampliada (Ruppert Sheldrake)
8. Ayahuasca, mente e consciência (Benny Shanon)

PARTE V: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, REDES NEURAIS E CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
9. Computação Quântica Evolucionária: seu papel no cérebro, sua realização como hardware eletrônico e suas implicações para a Teoria Pampsíquica da Consciência (Ben Goertzel)

PARTE VI: INFORMAçÃO E TEORIA DOS SISTEMAS
10. Informação, auto-organização e consciência - Rumo a uma teoria holoinformacional da consciência (Francisco Di Biase, Albert Schweitzer e Mário Sérgio F. Rocha)

PARTE VII: FÓRUM DE DEBATES
11. A ciência e o primado da consciência (Karl Pribram, Rupert Sheldrake, Stanislav Grof e Amit Goswami - Moderador: Benny Shanon)

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Um contraponto e algumas coisas mais...


Como um homem previnido vale por dois, então posto aqui também um contraponto extraído de Planeta na Web. Aqui o estudioso Wellington Zangari, que se propõe a estudar os fenômenos paranormais por uma ótica científica acadêmica, responde entrevista contando um pouco de sua experiência. Além de fazer algumas críticas metodológicas e nos alertar do sempre presente risco de fraude, ele nos dá o seu parecer relatando-nos que de fato tais experiências paranormais, apesar de raras, existem sim (o que, segundo ele, não chega a confirmar um mundo sobrenatural) e também conta um pouco sobre a história de Freud com esse tema - e dos textos escritos pelo pai da psicanálise sobre esses assuntos.

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PnW - Você afirma que esses fenômenos paranormais existem mesmo?

Wellington – Experiência é algo diferente de fenômeno. Experiência é aquilo que a pessoa narra ter vivido. A ciência simplesmente ouve, descreve, anota, registra e vai procurar algum tipo de investigação. A gente não pode negar a experiência, mas nem sempre o fenômeno por trás da experiência existe. Pode ser um truque. O que me interessa é saber o que o médium tem do ponto de vista psíquico. Se ele tem alguma coisa específica e diferente dos não-médiuns. Eles entram em transe, rodam e não ficam tontos, bebem álcool e não parecem estar bêbados, parecem ter uma insensibilidade a dor. Isso nos faz acreditar que eles podem ter algum tipo de funcionamento psicológico um pouco diferente das pessoas que não são médiuns, independentemente da existência ou não das divindades. A ciência ainda não tem meios de avaliar se existe um mundo sobrenatural. A única coisa que nos cabe é avaliar as pessoas que dizem ter contato, que dizem prever o futuro ou movimentar objetos.

PnW - Vocês acreditam que esses fenômenos poderão um dia ser explicados?

Fátima – Existem coisas que são inexplicadas, mas não são necessariamente inexplicáveis. O eclipse, por exemplo, é um fenômeno natural, mas durante muito tempo foi interpretado como sobrenatural, motivado pela ira dos deuses. Com o desenvolvimento da astronomia, você vê que o eclipse é um fenômeno natural que ocorre de tempos em tempos. Não é porque eu ainda não tenho resposta nem instrumental para decidir que eu vou concluir que o fenômeno é sobrenatural. Esses fenômenos com os quais nós lidamos estão em uma zona fronteiriça, não têm ainda uma teoria científica para interpretá-los. É como o Einsten, que teve que criar toda uma nova teoria para explicar o fenômeno que ele descobriu. Estatisticamente os fenômenos paranormais existem. E isso significa que quando as pessoas dizem ter passado por experiências de previsão de futuro ou de movimento de objetos, essas pessoas não estão necessariamente mentido ou estão iludidas. O ser humano não está afastado de seu ambiente. Apesar do cartesianismo ter demonstrado que nós somos separados do mundo físico, experimentos demonstram que nós não estamos separados uns dos outros, nem estamos separados do ambiente. Podemos interferir no ambiente e receber informações sem usar os nossos sentidos conhecidos.



PnW - Além do Jung, mais familiarizado e aberto a este tipo de fenômeno, o próprio Freud escreveu artigos sobre isso, não é?

Wellinton – Ele teve experiências com os pacientes, mas foi impedido de publicar por seu discípulo e biógrafo, Ernest Jones, que argumentou que ele já não era bem visto socialmente por falar sobre sexualidade e por ser judeu, então era melhor ele não publicar sobre isso. Mas ele acabou publicando em vida dois textos, “Sonhos e Ocultismo” e “Psicanálise e Telepatia”, em que ele aborda estas questões, não deixando bem clara a sua posição. Ele inclusive tinha a teoria de que a telepatia era o meio de comunicação dos homens primitivos, mas que foi atrofiando por causa do desenvolvimento da comunicação verbal. Na biografia mais recente dele, escrita por Peter Fry, está descrito que Freud fazia experimentos telepáticos com sua filha, Anna, e seu discípulo Ferencze.

PnW – O que vocês acham da projeciologia?

Wellington - Conhecemos muitas pessoas que dizem terem tido experiências fora do corpo. Existem pesquisas que são realizadas em todo mundo em várias universidades. O que esses pesquisadores têm afirmado é que a experiência de fato existe. As pessoas de fato se sentem fora do corpo. Isso é diferente de poder se afirmar que elas de fato saem do corpo. Essas interpretações científicas dadas por essas pessoas estão muito próximas das interpretações dadas aos chamados sonhos lúcidos. Muitas pessoas conseguem controlar os próprios sonhos lúcidos.

PnW - Wagner Borges (o criador da projeciologia) afirma que a diferença entre sonho lúcido e projeção é que na projeção as pessoas interagem conscientemente e vêem coisas que fazem sentido...

Wellington – Sim, mas isso é característica do próprio sonho lúcido. Inclusive do próprio sonho vívido. Existe o sonho lúcido e vívido que você pode de fato interagir ou ter um certo tipo de controle. Você tem consciência e, portanto, age, testa, interage com os elementos, sejam elementos considerados vivos ou inanimados. O que a gente pode fazer é de fato convidar essas pessoas, por intermédio da Planeta, a um experimento muito simples. A gente pode colocar na redação um cofre fechado, com algumas coisas lá dentro para que as pessoas que saem do corpo se dirijam até o cofre e verifiquem o que tem ali. Se as pessoas toparem, a gente pode fazer o controle dessas experiências. Todos os livros escritos por projeciologistas famosos como Valdo Vieira não podem ser considerados científicos de modo algum, porque não respeitam a metodologia científica. Eles se baseiam única e exclusivamente na descrição da experiência da pessoa. Isso não significa negar a experiência, isso significa negar as conclusões as quais os projeciologistas chegam.

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PnW - E quanto à pesquisa dos transcomunicadores?

Wellington - A metodologia que eles dizem ser científica, de maneira alguma é científica. Nós estivemos com a Sonia Rinaldi mais de uma vez, inclusive no laboratório na casa dela, fizemos lá uma simulação de experimento que não teve nenhum resultado. Pedi para o meu irmão falecido dizer o nome dele e veio um nome que não tinha nada a ver. Nós também estivemos em uma outra apresentação grande, com um grupo de transcomunicadores, e onde nós pudemos identificar uma série de erros metodológicos, que geraram o artigo “Recomendações metodológicas aos transcomunicadores” que será publicado em Portugal ainda esse ano.

PnW - Qual é o principal problema das experiências deles?

Wellington - A psicologia conhece um fenômeno chamado de projeção. É como ver carneirinhos nas nuvens. Quando você olha para um campo indefinido, você, até por uma função neurológica, tende a organizar aquele campo e descobrir algum coisa com sentido ali, seja no nível visual ou sonoro. Não é à toa que os comunicadores atuam nessas duas direções, no campo visual e no campo sonoro, sempre com elementos muito misturados. Então você tem um campo visual muito incerto, uma série de possibilidades, e eles descobrem ali um sentido. Esse é um erro grave, porque se a coisa fosse identificável por qualquer comunicador da mesma forma, tudo bem, seria um passo adiante. Mas quando a gente esteve lá, os próprios transcomunicadores diferiam em relação à interpretação daquele som, então aparecia determinado som que era interpretado pela Sonia Rinaldi como “eu amo você mamãe”, e a outra pessoa dizia, “eu não ouvi isso, você ouviu? Eu ouvi tal coisa...”. Então a gente não está dizendo que isso não seja verdadeiro, que de fato os espíritos não se comuniquem. O que a gente está dizendo é que o método empregado para avaliar isso não é científico.

Fátima – Quando ela ou as outras pessoas apresentam gravações que trouxeram de casa, você até tem qualidades melhores de som. Uma frase que você realmente ouve aquilo. Mas a ciência é muito desconfiada. Você tem que ter controle. Como é que você vai me garantir que aquilo não foi gravado? Até pode mandar a fita e fazer um teste de voz para ver se era a voz do falecido, mas quem garante que você já não tinha em casa uma fita com a voz dele. Tudo bem, é a voz dele, mas de onde ela veio, de lá mesmo, ou daqui? Aquele senhor que faleceu, que deixou a voz gravada no celular da ex-mulher, também era transcomunicador e eles tinham várias fitas com a voz dele. Não é que eu estou acusando esta senhora de fraude, mas em ciência, você não pode lidar só com o testemunho, porque ele é falho, nem só no experimentador você pode confiar. Você tem que ter controle do próprio experimentador, tem que ter o que a gente chama de juíz cego, por não estar diretamente envolvido com os experimentos. A nossa percepção é falha. Eu posso até ser muito honesta, mas eu posso falhar também na minha observação e na minha percepção.

PnW - Mas porque um grupo desses se reuniria para fazer uma fraude? Qual é o diagnóstico que vocês fazem?

Wellington – Temos que pensar na psicologia humana. O ser humano não aceita a finitude da vida. Isso significa que nós tendemos a esperar e apostar em uma vida após a morte. E cada um de nós tem as suas crenças em torno disso. As pessoas que não têm essas crenças vivem com uma angústia do desconhecido e nem sempre essa angústia é suportável.

Fátima – Nem sempre elas conscientemente fraudam. Pode ser inconscientemente.

PnW - Não é necessariamente uma ma-fé?

Wellington – Não, de forma alguma. Eu não acredito que seja má-fé em 90% das vezes, mas existem casos notórios de pessoas que fraudam ou por vaidade ou por dinheiro. Tem, por exemplo, o Thomas Green Morton, que é um farsante, é um mágico, é um charlatão. Nós somos mágicos, então nós sabemos quando o sujeito é mágico.

PnW - Das pessoas que os procuram, quantas de fato experienciam fenômenos paranormais?

Wellington – 70% dessas pessoas são farsantes. Dos 30% restantes, 10% tinham problemas psicológicos ou neurológicos, como uma mulher que disse que recebia mensagens obscenas enviadas por um computador direto para a sua mente. Outras 15% eram erros de interpretação, pois havia influências ambientais, como um senhor de 80 anos, que nos procurou dizendo que a casa onde ele vivia era mal-assombrada porque as lâmpadas e canos estouravam. Na realidade a casa tinha mais de 100 anos e estava com problemas de fiação e de encanamentos. Só 5% das pessoas que nos procuraram vivenciaram fenômenos que não se enquadravam em nenhum desses casos.

PnW - Qual foi o caso que mais te impressionou?

Wellington - Certa vez eu fui chamado por uma família porque diversos fenômenos estranhos aconteciam na casa. Pedras apareciam na casa, copos quebravam, crucifixos voavam, ruídos estranhos eram ouvidos, vultos eram vistos. E eles queriam parar com isso. Já tinham tentado de tudo. Foram a centros espíritas, de umbanda, padres e nada conseguia acabar com os fenômenos. Eles me procuraram como última solução e eu fiquei morando uma semana na casa. Não aconteceu nada e no último dia, quando eu estava tomando café com toda a família, me despedindo e explicando que eu já não tinha mais nada para fazer ali, a tampa do bule de café começou a rodar e de repente pulou para o teto e caiu na mesa. Todo mundo se assustou. Depois eu escutei um barulho na sala e vi a lata de cerveja usada como cofrinho rodando muito distante do local onde ela costumava ficar. Então eu fiquei mais alguns dias e diagnostiquei o que estava acontecendo. O filho de 12 anos era quem manifestava esses fenômenos. Ele ouvia vozes dizendo que ele tinha que ficar em casa, assistindo televisão, e se os pais insistissem que ele tinha que ir para a escola, escovar os dentes e comer direito, as coisas aconteciam. Então meu trabalho foi de psicoterapia familiar convencional, colocando cada um dos membros da família em seu devido papel. O menino inconscientemente estava pedindo limites para os pais, e encontrou uma brecha para manipular a família toda, que não por acaso era espírita. Há inúmeras variáveis presentes nesse quebra-cabeça: a personalidade, a situação social, cultural, os valores, crenças, o ambiente. Claro que o menino tem habilidades anômalas. Mas ele não fazia esses fenômenos acontecerem por vontade consciente e sim por causa do desejo inconsciente dele.

Fonte:



Sonia Rinaldi e a Transcomunicação Instrumental


“Muita gente – diz IstoÉ – acredita que falar com os mortos é possível – e alguns afirmam fazer isso cotidianamente. São os médiuns, os intermediários entre os espíritos e os homens.” A revista menciona então alguns estudiosos, como a paulista Sonia Rinaldi, uma das maiores especialistas no Brasil em Transcomunicação Instrumental (TCI), nome dado à gravação de vozes e até filmagem de pessoas que já morreram. Sonia comemora um marco em sua cruzada: o primeiro caso autenticado por um laboratório internacional de um contato com um espírito. “O fato mais positivo de tudo isso é que, pelo caminho da ciência ou da espiritualidade, essas comunicações geram um conforto imensurável nas pessoas que buscam contato com os seus entes queridos”, afirma a revista. “E dão respostas para muitas de suas inquietações.”

Segundo a revista, o caso estudado cientificamente por Sonia é o de Cleusa Julio, uma mãe como outra qualquer: não suportava a dor pela perda da filha adolescente, Edna, que morreu há três anos, atropelada por um carro enquanto andava de bicicleta. Dilacerada, procurou a Associação Nacional de Transcomunicadores, presidida por Sonia, e conseguiu estabelecer comunicação com a menina. Uma das conversas gravadas entre mãe e filha foi enviada há seis meses a um centro de pesquisas em Bolonha, na Itália, o Laboratório Interdisciplinar de Biopsicocibernética, único na Europa totalmente dedicado ao exame e análise científicos de fenômenos paranormais. Junto, foi encaminhada outra fita com um recado deixado por Edna, antes de morrer, numa secretária eletrônica. O resultado, que acaba de chegar, é um surpreendente laudo técnico de 52 páginas, cuja conclusão diz: a voz gravada por meio da transcomunicação é a mesma guardada na secretária eletrônica.

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Nesta entrevista, Sonia Rinaldi fala como estão as pesquisas de TCI e os avanços mais recentes.
(Por Érika Silveira)

A transcomunicação instrumental é um recurso que permite a comunicação entre encarnados e desencarnados por meio de aparelhos eletrônicos. Segundo os transcomunicadores, ela pode ser utilizada como prova científica de que realmente a morte não existe. As técnicas evoluíram muito desde o início dos experimentos. Segundo Sonia Rinaldi, fundadora da Associação Nacional de Transcomunicadores – ANT – e uma das grandes pesquisadoras do assunto, o Brasil tem hoje os melhores resultados do mundo. Sonia passou a se interessar pelo assunto em 1988, quando freqüentava o Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas – IBPP – dirigido pelo dr. Hernani Guimarães Andrade. Foi ele quem sugeriu que iniciasse as gravações, e como naquela época não havia qualquer tipo de orientação, resolveram então seguir a intuição. Os resultados foram positivos, mas foram cerca de 16 anos para alcançar uma evolução notável, que começou com um simples gravador e evoluiu para os telefonemas para o "outro lado", com sincronia de imagens.

Sua primeira experiência ocorreu em uma noite em que acionou o gravador e deixou um rádio ligado ao lado, técnica que hoje se sabe que não é a ideal. Acabou se distraindo e quando percebeu, a voz do locutor havia mudado para uma voz grave e arrastada. Relata também que tem acompanhado de perto vários experimentos realizados por amigos do exterior, mas diz que ainda utilizam processos antiquados de gravações, com gravadores. Metodologia considerada ultrapassada para atualidade, já que desde 1998 introduziram a gravação direta em computador, conseguindo inúmeros avanços que têm sido usado por outros pesquisadores.

Qual é o país mais avançado em termos de pesquisa no campo da TCI?

Não há país como o Brasil, onde ocorre o fenômeno da forma que conseguimos aqui. Temos registros e documentação completa de cerca de 300 telefonemas para o "outro lado", devidamente testemunhados por cerca de 260 pessoas que participaram das experiências. O nosso índice de reconhecimento da voz do falecido é de 83%, ou seja, altíssimo. Em outras palavras, foram centenas de pais que perderam seus filhos e puderam reconhecer a voz deles em dezenas de gravações. Cada telefonema que fazemos registra em média 50 ou 60 respostas, mas temos casos com até 160 frases-respostas dos falecidos. Isso tudo gravado em cd e ofertado gratuitamente aos pais que falaram com seus filhos falecidos por telefone, para que possam elaborar um relatório comentando o conteúdo das respostas e a possível identificação da voz do ente querido.

Há cerca de um ano, iniciamos, por orientação dos "comunicantes", a gravação simultânea de telefonemas e vídeo, com sucesso. Já recebemos imagens em vídeos que duram até 15 minutos, de sete falecidos, devidamente reconhecidos pelos pais. No vídeo, alguns falecidos têm até expressão facial, mas esse trabalho simultâneo ainda está se iniciando.

Como a transcomunicação pode ajudar no avanço das pesquisas sobre o mundo espiritual?

Na minha opinião, nenhum outro fenômeno paranormal pode ser comprovado com a mesma facilidade; nenhum comporta uma investigação matemática; nenhum é concreto o suficiente para atestar a sobrevivência. Como todos um dia morreremos, seria fundamental nos prepararmos e saber o que vamos encontrar. Portanto, entendemos que isso deveria interessar muito a todas as pessoas, mais ainda aos espíritas em particular, pois é a forma mais simples para comprovar as bases da doutrina, em confronto com as idéias que negam a realidade da sobrevivência após a morte.

Como o movimento espírita encara atualmente as pesquisas de TCI?

No começo, foi difícil fazer as pessoas entenderem que essa é a forma mais concreta e poderosa para comprovar a sobrevivência após a morte, a base maior do espiritismo. Como, infelizmente, o espiritismo no Brasil fortaleceu apenas o seu aspecto religioso, dispensando o científico, a coisa ficou um pouco complicada. Kardec propôs um tripé como base da doutrina, ou seja, os aspectos religioso, filosófico e científico. No entanto, a alma boa do brasileiro não exige comprovações e investigações. Isso é ruim, porque indica que ele "acredita" com facilidade e isso vale para o que é verdadeiro e o que é falso. Não vemos tanta gente acreditando em tantas bobagens? Se fossem mais exigentes não endossariam falsas religiões. Mas nada disso importa, nós fazemos nossa pesquisa de forma a cumprir aquilo que temos como meta; comprovar cientificamente a realidade da vida depois da morte. E temos feito inúmeros avanços neste sentido, tendo nos unido a vários centros internacionais de pesquisas.

Como as pesquisas de TCI são vistas pela comunidade científica?

A caminhada é lenta, porque a ciência oficial é ciosa de seus preceitos, ou seja, não arreda pé daquilo que está estabelecido e evidenciado durante séculos, e para ela, é certo que a morte é o fim. A ciência e a lógica dizem isso. Claro. Como tirar a razão de algo tão óbvio. Você morre, é enterrado. Acabou-se. Cadê as evidências que provam que ocorre outra coisa? Para atingirmos a ciência é preciso falar a linguagem dela, que está longe de ser a religiosa. Esse é o motivo pelo qual até hoje, raramente, os fenômenos paranormais despertaram qualquer interesse no mundo acadêmico. Penso que a lógica e a fé não se afinam, por isso procuramos falar a linguagem da ciência. Temos nos cercado de físicos, engenheiros e cientistas. Vamos ver até onde conseguimos ir.

Na sua opinião, falta mais apoio para as pesquisas do mundo espiritual?

No Brasil, as pessoas preferem acreditar em qualquer coisa a investigar e ter certeza racional baseada em evidências concretas. Mas isso não diminui o nosso ânimo, pois os resultados apontam que estamos no caminho certo.

Não existe apoio, porque qualquer pesquisa, como a que fazemos, inclui custos de equipamentos e análises técnicas de engenheiros e físicos. Fomos encontrar apoio apenas em um Instituto Americano, com o qual assinamos um contrato de pesquisa. Isso fez com que suspendêssemos, ainda que temporariamente, as reuniões para os cadastrados da Associação Nacional dos Transcomunicadores.

Como o aspecto moral dos transcomunicadores pode influenciar as comunicações em uma reunião?

Como dependemos em 100% de emissores, para podermos ter qualquer gravação, é de se imaginar que eles escolherão pessoas dignas como parceiros de trabalho. Sem ética, bons objetivos e decência, os contatos poderão ser estabelecidos com outras camadas de comunicantes.

Pode existir fraude em uma reunião de transcomunicação instrumental?

Dependendo da moral e do objetivo das pessoas, pode ocorrer fraude em qualquer coisa. Se estiver vinculada a dinheiro ou fama, isso pode ocorrer. Felizmente não envolvemos dinheiro nem muito menos temos interesse em aparecer. Faz uns três anos que estamos afastados do público para poder tocar a pesquisa.

Quantos livros de sua autoria já foram publicados? Quais são?

São seis livros publicados especificamente sobre nossa pesquisa, que é uma forma de informar aos interessados nossos erros e acertos, progressos e descobertas nesses 16 anos de trabalho. Os títulos são: Missão Alpha I – editado em 1996; Transcomunicação Instrumental – Contatos com o Além por Vias Técnicas – Ed. FE, 1997; Transcomunicação, Espiritismo e Ciência – Ed. DPL , em 2000; Contatos Interdimensionais – Ed. Pensamento, em 2000 (vem com CD de vozes paranormais); Espírito: o Desafio da Comprovação – Ed. Elevação, em 2001 (vem com CD de vozes paranormais); O Além da Esperança – Ed. & A, em 2002 (esgotado – também trazia CD de vozes paranormais).

Qualquer pessoa pode desenvolver a TCI?

Sim, claro. Por isso estamos elaborando cursos individuais – ou no máximo para 2 ou 3 pessoas – para que possam aprender as técnicas que usamos. Como no momento isso teria que ser feito em minha casa, tenho que elaborar com calma as coisas. Mas se os leitores se interessarem, podem pedir informações através da Caixa Postal 67.005 – CEP 05391-970, São Paulo, SP.
Interessados que venham a escrever para a caixa postal, por gentileza, acrescentar dois selos para resposta... já que a Associação não tem fins lucrativos.

Daremos preferência para associados da ANT (Associação Nacional dos Transcomunicadores) e pais que perderam filhos. Vale lembrar, também, que todos os livros da Associação trazem uma ficha que pode ser enviada para o mesmo endereço.

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ENTENDA COMO SURGIU A TRANSCOMUNICAÇÃO INSTRUMENTAL
(Por Allan Bispo)

O termo, transcomunicação foi criado nos anos 80, na Alemanha, pelo físico e estudioso Ernst Senkowski e significa comunicação com o mundo extrafísico. Segundo os dicionários modernos, quer dizer: comunicação com a verdade eterna ou comunicação transcendental.

Várias celebridades do mundo científico tentaram a TCI, dentre eles figuram Thomas Alva Edison, inventor da lâmpada e do fonógrafo, Gugliemo Marconi, precursor do rádio, Nikola Tesla, precursor do transformador e criador do motor de corrente contínua, e, no Brasil, o escritor Monteiro Lobato.

Oficialmente, o Brasil é pioneiro nestas pesquisas com o português naturalizado brasileiro Augusto de Oliveira Cambraia, inventor das fibras do tecido cambraia. Dentre as suas 16 patentes requeridas, está a do Telégrafo Vocativo, que deu entrada em 1909, com a finalidade de comunicação com os espíritos.

Apesar de não existirem maiores detalhes sobre o aparelho, concordamos com o raciocínio do pesquisador Clóvis Nunes: "será que ele pediria registro de patente de um aparelho que nunca funcionou?"

O Brasil também é pioneiro na publicação do primeiro livro sobre TCI. Trata-se do livro Vozes do Além pelo telefone, publicado em 1925 pela papelaria e tipografia Marquês Araújo, onde Oscar D´argonel registra oito anos de contatos consecutivos com vários espíritos.

OS PADRES PESQUISAM

Passei a me interessar pelo assunto a partir de 1990. Nesta época, eu me perguntava qual seria o verdadeiro sentido da TCI no Brasil, uma vez que o brasileiro é espiritualista por excelência. A resposta veio mais adiante, quando assisti, impressionado, uma conferência do padre François Brune no Centro Espírita Leon Denis, falando sobre vozes dos espíritos nos gravadores, oficialmente autorizado pelo Vaticano a pesquisar este fenômeno.

Poliglota, com vários títulos acadêmicos, viaja o mundo promovendo conferências e realizando pesquisas. Clóvis Nunes, que viajou com ele muitas vezes, fala de sua personalidade amigável.

Em seu livro Linha Direta do além, François Brune e Remy Chauvine contam a experiência dos padres Agostino Gemelli e Pelegrino Ernetti, físicos de renome da Itália.

Poderíamos dizer que o primeiro caso de voz paranormal gravada aconteceu no laboratório de física experimental da universidade católica de Milão, em 17 de setembro de 1952. Ali, os padres Gemelli e Ernetti realizava experiências com cantos gregorianos para eliminar os harmônicos. Naquela época, não existiam gravadores com fitas, mas apenas com fios. Este fio se rompia com freqüência, então era necessário dar um nó finíssimo para não prejudicar o som.

Naquele dia, o fio acabara de se romper mais uma vez e o padre Gemellí, chateado, exclama "oh, papai, me ajude", como tinha por hábito de dizer há muitos anos, desde a morte de seu pai. Uma vez feito o conserto, começaram a escutar o material gravado, porém, ao invés do canto gregoriano esperado, ouviram estupefatos a voz do pai: "claro que o ajudo e estou sempre com você".

Padre Gemelli quase desmaiou, mas padre Ernetti o estimulou a prosseguir e fazer uma nova tentativa, assim fala-nos o Padre Brune em sua palestra. Obtiveram, então, a mesma voz, perfeitamente reconhecível, que dizia em tom levemente irônico: "mas claro, bobão (zuccone), você não está vendo que sou eu mesmo?". Esta era a maneira afetuosa que brincava com ele quando menino.

Temerosos de uma reprovação, levaram o material para avaliação no Vaticano e tal foi a importância do fato que assim avaliou o Papa Pio XII:

- "Meu caro padre, fique tranqüilo. Trata-se de um fato estritamente científico e nada tem a ver com o espiritismo. O gravador é um aparelho objetivo, que não pode ser sugestionado. Ele grava as vibrações sonoras. E esta experiência poderá, talvez, marcar o início de um novo estudo científico, que virá confirmar a fé no além".

O padre François Brune, amigo pessoal dos padres citados, confirma a veracidade deste texto que foi publicado pelo Vaticano em junho de 1990.

No dia 12 de junho de 1959, o produtor de cinema Friendrich Jürgenson e sua esposa se encontravam em sua casa de campo, em Estocolmo, Suécia, onde colecionavam canto de pássaros utilizados nos programas culturais para as rádios suecas. Nesta data, Jürgenson ocasionalmente registrou vozes e sons inexplicáveis na fita de seu gravador. Pouco tempo depois, de sons passaram a vozes em várias línguas. A princípio, ele pensava tratar-se de seres extraterrestres, porém tamanha foi a sua surpresa quando as vozes lhe revelaram ser de desencarnados.

Após quatro anos de gravações experimentais, em 1963 ele anuncia ao mundo sua descoberta, publicando também o livro Vozes do Universo e Telefone para o Além.

Suas experiências interessaram ao filósofo e psicólogo dr. Konstantin Raudive, que aperfeiçoou a sua técnica com o físico Alex Schneider.

O termo EVP (do inglês: Eletronic Voice Phenomenon) originou-se de uma iniciativa dos próprios espíritos, a fim de categorizar os fenômenos, onde o engenheiro americano, presidente e direto de pesquisa da Metascience Foundation, George W. Meek, e colaboradores técnicos, desenvolvem o Spiritcom, que é um aparelho de rádio aperfeiçoado para este fim. O aparelho basicamente grava o chiado produzido por uma rádio de FM fora da estação. Este ruído tecnicamente conhecido como ruído rosa, tem a característica de possuir, na sua forma de onda, a amplitude fixa e freqüência variável. Com isto, os espíritos modulam e variam a freqüência para produzir os fonemas que formam as palavras.

O Brasil ganhou respeito neste campo de pesquisas graças ao trabalho de Clóvis Nunes, do engenheiro eletrônico Hernani Guimarães Andrade, do prof. Mário Amaral, Sonia Rinaldi e outros não mencionados, mas que parabenizamos pelo trabalho.



CONTATO VIA COMPUTADOR E TELEFONE
(Fornecido pela ANT)

Por 16 anos vimos nos dedicando à pesquisa do fenômeno das vozes e imagens paranormais, mas foram nos últimos três anos que enveredamos por uma nova tecnologia, em parte orientada pela espiritualidade, em parte desenvolvida pelo nosso esforço. Foi assim que conquistamos a possibilidade de gravar longos diálogos com os falecidos, em média de 8 a 10 minutos de duração, com clareza tal que permite com facilidade o reconhecimento da voz.

Mais que isso: essa inovadora tecnologia permite que pessoas falem de qualquer ponto do país, com seus queridos que partiram, sem sair de suas casas, através de nossa estação. Dentre os aproximadamente 300 telefonemas gravados, escolhemos o de Lara, falecida aos 4 anos de idade, em 2001, por podermos juntar uma análise cientifica a de algumas amostras de sua voz.

HISTÓRICO

Conhecemos a Inês, mãe da Lara, há cerca de 2 anos; ela nos contou sobre a perda de sua filha Lara, devido a um câncer no olho, que evoluiu para o cérebro, apesar de todos os esforços de médicos e de toda a dedicação dos pais.

Inês é de Fortaleza, já fez quatro telefonemas e neles pode atestar diversas informações dadas pela filha, que de fato, a identificavam como sendo ela própria.

UM TELEFONEMA

Escolhemos o que fizemos em dezembro de 2002. devido à extensão dessa gravação – foram 69 respostas gravadas pela menina – vamos nos restringir a algumas falas, para que o leitor avalie a como a coisa ocorre.

1. (alemão) “Eu falo”

Sonia: - “Oi! Bom dia amigos..”

2. A Inês havia me enviado um e-mail horas antes desta gravação contando que uma amiga perdeu o filho criança. Decidi perguntar por ele:

Sonia: -“O Renato, o garotinho de 9 anos poderá falar?”

(alemão) – “Está claro!”

3. Aqui, uma evidencia bem curiosa da autencidade do fenômeno: eu não sabia que enquanto eu fazia os testes (uma hora antes da Inês ligar) ela estava na missa de 7º dia do menino Renato – na qual, ela sentiu muito a presença da filha Lara (ver contato nº 45). Por essa razão, quando pergunto ao alemão se a Lara já estava lá para fazer os testes, ele informa que não. A Lara estava de fato com a mãe na missa, como confirmaria bem mais adiante nesta gravação.

4. Sonia: - “Sr. Alemão...”

(alemão) – “Não chegou!”

5. Sonia: - “a Lara já chegou?”

Notar, acima que é muito constante as respostas antes das perguntas. Depois de algumas tentativas, a voz da Lara entra afinal. Havia chegado portanto:

Sonia: - “Lara, você vai conversar com a mamãe hoje?”

(infantil) – “Tô ouvindo você”

Sonia: “Você quer conversar com a mamãe?”

(infantil) – “Eu gosto!”

8. Sonia: - “O que você mais gosta de fazer?”

(infantil) – “Brincar!”

11. Sonia: - “O Renato está aí com você?”

(infantil) – “Vai viver na minha cidade!”

12. Sonia: - “Ele pode dar um recado para a mãe dele, Judith?”

(menino) – “Oi mamãe!”

TELEFONEMA: Inês liga

15. Sonia: - “Oi Larinha, você viu quem está na linha querendo conversar com você?”

(infantil) – “Consigo ajudar ela!”

16. A resposta que segue é coerente e inteligente, pois digo que a mãe tem saudade e ela diz que está sempre por lá, ou seja, não precisaria ter saudade:

Sonia: -“muito ansiosa... muito saudosa...”

(infantil) – “Eu tô sempre aqui!”

Sonia: “Ok Inês... pode ir!”

18. (infantil) – “Eu vi!”

Inês: - “A mamãe tá com muita saudade!”

19. (infantil) – “Me carregou...” – “E lá em cima me beijou!”

21. Inês: - “Você tinha realmente que partir? Ou poderia ter ficado um pouco mais com a mamãe?”

(infantil) – “Chega o momento de recomeçar!”

22. Aqui a voz infantil responde antes da pergunta:

(infantil) – “Na Terra pra brincar!”

Inês: - “Você continua vindo dia de domingo aqui em casa?”

23. (infantil) – “Você é um doce!”

Inês: “Você brinca com a Fernanda?”

(infantil) – “De dançar!”

24. Novamente a resposta vem antes:

(infantil) – “Ouvi o amigo!”

Inês: - “Tem vindo visitar o papai?”

26. Aqui a voz fala com certa dificuldade:

- “Posso correr...”

27. Inês: - “Papai sofre muito com a sua falta...”

(infantil) – “É possível ajudar!”

28. (infantil) – “Você chora...”

31. Inês: - “Você está vendo a mamãe agora?”

(infantil) – “Tem que ler!”

35. (infantil) – “Tormento vive uma esperança”

36. (infantil) – “Me esperar!”

37. Inês: - “A sua priminha Fefê quer saber como é o Céu...”

38. Inês: - “A tia Tânia e a tia Kátia querem saber se você é feliz. Você é feliz minha filha?”

(infantil) – “Com orações, minha mãe...”

40. (infantil) – “Nesta vida eu vai”

41. (infantil) – “O espírito retorna...”

Inês: - “Pronto Sonia... só essas perguntas...”

Eu tomo a palavra:

44. Como nesse momento estou mexendo no ruído de fundo a voz infantil reclama:

(infantil) – “Ah tá difícil!”

Sonia: - “Você está me ouvindo bem Lara?”

45. Sonia: - “Você encontrou com o Renatinho?”

Inês: - Sonia pergunta se ele estava na missa hoje...”

(infantil) – “Estava...”

Inês: - “e se a Larinha também estava – mas eu senti muito a presença dela...”

49. Sonia: “Você viu o Renatinho hoje?”

(infantil) – “Viu. Tá vendo”

50. Sonia: - “onde que ele estava: estava junto do papai e da mamãe dele?”

(infantil) – “Vi ambos na Terra!”

52. Sonia: - “(e para a mamãe) vamos deixar uma mensagem para ela? O que você pode dizer?”

(infantil) –“Quero te dizer mãe, eu vou ter saudade!”

53. (infantil) – “Ame de tudo as coisas boas...”

Sonia: - “Viu Larinha? Deixa uma mensagem...”

54. (infantil) – “Tá no telefone!”

Sonia: - “Lara... você está na linha?”

(infantil): “Eu tô...”

61. Sonia: - “E agora a Inês vai dizer um tchau pro senhor...”

(voz-fonema) – “Inês, gosto de você...”

Inês: “Sr Alemão, um grande abraço... muito obrigada por essa oportunidade de estar falando com a Lara...”

68. (infantil) – “Em você...”

Inês: - “Lara, um beijo enorme...”

69. Inês: - “Mamãe te ama... te adora... eu nem sei o que dizer...”

(infantil) – “Hora de tristeza...”

Inês: - “Um beijo enorme e obrigado Sonia... (...)”

Vale lembrar também que o Sr. “Alemão” que aparece no inicio dos diálogos é o dirigente da estação transmissora espiritual. Devido a seu forte sotaque, Sonia Rinaldi o apelidou de “Alemão”.

Alguns detalhes extraídos do retorno da mãe:

Contato número 19 – “Me carregou”... “Em cima me beijou!” Isso confere com um sonho que tive com a Lara na noite anterior ao telefonema. Me vi abraçando minha filha, e beijava apertava... O fato de a Lara dizer isso é como para identificar que nos encontramos – sendo que eu não havia comentado do sonho com ninguém.

Contato 31 – “Tem que ler!” Evidencia que ela estava me vendo de fato, pois eu estava com um papel com todas as perguntas, e li durante o telefonema. Senão a emoção atrapalha na hora e é difícil segurar.

Cerca de um mês após o telefonema, a Inês pôde confirmar dois curiosos detalhes da gravação e assim nos relatou:

Contato número 23 - Lara diz que brincava de dançar com a irmã Fernandinha. Tive oportunidade de confirmar isso quando vi Fernanda dando piruetas e rodopiando na ponta dos pés... rindo feliz como se estivesse dançando com alguém. Como dançar ballet clássico está fora de moda, hoje em dia a criançada dança outro ritmos, fiquei na porta olhando meio assustada. E a menina explicou: - “Estou repetindo como me mostraram!”

Contato número 36 - Quando perguntei a Lara como é o Céu, porque sua prima queria saber, a resposta foi: - “Me esperar!” Isso sugeria que ambas as meninas iriam se encontrar e a Lara iria mostrar algo.

Passaram-se uns 15 dias, e na Pré-Escola onde estuda a prima, foi pedido que cada um escrevessem um bilhete para a mãe, pai, avó etc... A priminha da Lara escreveu uma carta para a prima falecida e ilustrou como sendo o Céu que ela viu em detalhes, chegando a explicar para a mãe que a grama era verde e que tal figura era a Lara. Esse fato sugere que a Lara deve ter cumprido o prometido e mostrado sua cidade para a priminha.

Há que se comentar que os contatos são extremamente claros e foram identificados em sua totalidade pela mãe.

Já há alguns anos, o físico Claudio Brasil vem trabalhando conosco no estudo das vozes paranormais, tomando como base às amostras geradas nos telefonemas.

Não cabe neste curto artigo tecermos detalhes técnicos, mas obviamente os padrões utilizados são rigorosamente científicos. Claudio Brasil e sua equipe de engenheiros e físicos vêm registrando que as vozes paranormais freqüentemente têm características diversas das vozes humanas. Mas esses estudos ainda estão em desenvolvimento.

As análise já se avolumam num montante com algum valor estatístico, mas ainda muito tem que se fazer para estabelecer padrões das anomalias que tipificam as vozes paranormais. Mas a busca da comprovação cientifica da realidade do Espírito deve valer todo e qualquer empenho.

IMPORTANTE

Não fazemos atendimento ao público – nosso trabalho é o da pesquisa. Por isso, estamos planejando dar curso, de forma que os interessados possam vir a gravar por si.

Notas: (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 28, páginas 06-11)

Fontes utilizadas:

http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=3883

http://www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/agosto06/019.htm